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quinta-feira, setembro 7

A minha Cruz..

Maio de 2006 - tirada do comboio
Ter vivido toda a vida no centro de Lisboa faz com que tenha uma noção muito apurada do que perdemos quando saímos para fora do centro. O problema não é vivermos fora, mas sim que as obrigações profissionais de quase de 2 milhões de portugueses estejam concentradas nesta cidade, ainda por cima com os mesmos horários. Os transportes, a perca de tempo, as multidões, a confusão são uma realidade lisboeta que passou a fazer parte da minha vida de um momento para o outro. Antes, esta vivência partilhada por muita gente passava-me completamente ao lado, até porque em 15 minutos estava em qualquer lado.

Agora, quando saio do trabalho ou das aulas, só de pensar no caminho que ainda tenho que fazer para chegar a casa é suficiente para me deixar deprimida. É alias nessas alturas que me ponho a recordar o transporte molecular do Caminho das Estrelas! Apesar disso, adoro poder ver o mar todas as manhãs. Penso até que se a minha casa não fosse uma sub-cave e não tivesse tudo fechado ao fim de semana seria um bom sítio para morar. Para além de não estar muito de longe de Lisboa, de manhã, em vez de carros, somos atropelados por pessoas de todas as idades a correr ou a andar de bicicleta, o que é uma visão bem mais saudável que as caras deprimentes da maioria das pessoas nos transportes públicos.