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terça-feira, julho 11

O País que temos (2)

A Federação Portuguesa de Futebol vai pedir ao Governo que isente de IRS os prémios de participação que os jogadores vão receber, no valor de 50 mil euros cada.
A questão não é a federação pedir algo tão ridículo, mas sim o facto da maior parte dos portugueses simplesmente não se importar. Porque no fundo foram aqueles jogadores que nos fizeram sentir unidos, orgulhosos, felizes... E isso, nem os milhões de euros que já recebem todos os meses é recompensa suficiente.

São as nossas prioridades: porque queremos sempre aquilo que nos faça sentir bem naquele preciso momento. O resto não interessa. Sentimo-nos orgulhosos por termos recebido o EURO 2004 com estádios novos, mas não queremos pensar se as escolas fecham por razões economicistas.
O nacionalismo é uma droga como outra qualquer, serve para nos fazer sentir bem, mesmo que a nossa vida seja uma merda. Serve para nos alienar do dia-a-dia, deixa-nos sem força para uma série de coisas, mas quando é preciso há sempre força para ela. No fundo não é o futebol que interessa, porque podia ser outra coisa qualquer. É preciso é algo que nos faça abstrair da vida, algo que ocupe o nosso tempo e a nossa cabeça e que todas as probabilidades de vir a correr bem.

E assim tornano-nos um país que prefere pagar a 11 jogadores milionários o que daria para várias escolas, hospitais, etc.. Só mesmo drogados!