lasefoioutrodia

sexta-feira, julho 14

Até Agosto...


Vou partir durante um mês, que espero que seja muito produtivo, para não chegar a Setembro sabendo que cometi um dos maiores erros da minha vida ao perder o meu tempo, o meu dinheiro, a minha força, a minha paciência, a minha calma por causa de um curso que não consigo fazer. Ainda por cima a pensar nas muitas coisas que poderia ter investido, como o trabalho, os amigos, a política, a cultura,...
Chego a Julho mentalmente de rastos, mas com pouco produzido.
O trabalho tornou-se monótono, porque não tive a energia e o tempo para aprender mais sobre o que faço e principalmente sobre o que os meus colegas fazem.
Os estudos foram pouco produtivos porque, empurrados para segundo plano, acabavam sempre por ficar para depois das 8 horas de trabalho, onde a nossa capacidade de raciocínio está bastante diminuída, sem falar na paciência.
Os amigos, quase uma miragem, pelo meu descarado desinvestimento em tudo o que envolvesse saídas, distracções, etc… Dizendo a mim mesma que era por uns tempos, fui-me esquecendo das consequências inevitáveis, da perca de um quotidiano que aproxima as pessoas, que as faz com que se sentiam que têm sempre coisas em comum.
A política, a participação associativa, … aquilo que desde os meus 18 anos me fazia esquecer tudo o resto foi desaparecendo aos poucos, resultado de outras dinâmicas que fazem com que aos 27 anos diga que estou profundamente cansada, sem conseguir imaginar como é possível fazer tantos sacrifícios e ter a dedicação que ainda vejo em pessoas que admiro. Tenho sobretudo saudades dessa sensação, dessa vontade de fazer as coisas, de achar que os nossos pequenos passos são importantes. E apesar de ainda acreditar nisso, não sei se conseguirei alguma vez voltar a ter essa sensação. Veremos, sinceramente espero que sim.

Enfim…Nós temos sempre a tendência para resmungar, refilar, dizer o que está mal, e são raras as vezes em que dedicamos o tempo para falar do que corre bem.
Isto para dizer que não esqueço o que tenho e que tanto adoro e também o que aprendi e construí neste ano.

Apesar deste momento extremamente individualista, não consigo deixar de pensar que esta foi uma semana de emoções, entre a tristeza, o regresso e até o nascimento.
Até porque muitas vezes a vida ultrapassa as nossas escolhas e decisões.