lasefoioutrodia

quarta-feira, março 22

Dia contra a Racismo



Ontem foi o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial. Neste dia, em 1960, a polícia sul-africana abriu fogo sobre uma manifestação pacífica que protestava contra as leis segregacionistas do apartheid, matando 69 pessoas.
Penso que foram poucos os que se aperceberam da data, tendo em conta que o 21 de Março é também o dia de mais 5 coisas diferentes. Ter passado ao lado da maioria das pessoas não me preocupa muito (embora ache que Portugal precise muito de discutir esta questão), mas penso que nesse dia os jornais deram-nos dois bens exemplos de como o governo português lida com os imigrantes ou filhos destes:

Jornal de Notícias, Diário de Notícias e Público: Uma megafesta brasileira num restaurante situado na zona recreativa do Jardim Zoológico de Lisboa foi subitamente interrompida, anteontem à noite, após uma visita surpresa de elementos da Polícia de Segurança Pública (PSP), Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e Inspecção-Geral das Actividades Culturais (IGAC). No interior do estabelecimento estavam cerca de 500 pessoas, na sua maioria imigrantes brasileiros, que foram conduzidos às instalações do SEF para averiguar a sua situação 234 estavam ilegais, tendo sido notificados para abandonar o país no prazo máximo de 20 dias.
Correio da Manhã e Público: O fogo hostil em bairros problemáticos passa a ter uma resposta à altura por parte da Polícia. Chama-se Modelo Integrado de Prevenção e Intervenção Policial e foi ontem apresentado, na Direcção Nacional, ao ministro da Administração Interna, António Costa.

Cada vez mais, ser imigrante ou ser um jovem a viver num bairro "problemático" é sinonimo de criminoso, sem direito a julgamento.