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quinta-feira, maio 25

Filhos, filhas, mães, pais, mãe, pai, RMA...

Uma organização de defesa dos direitos dos homossexuais considera que a lei sobre Reprodução Medicamente Assistida (RMA), que deverá ser aprovada hoje no Parlamento, faz uma "discriminação imbecil" ao excluir do acesso a esta técnica os casais de pessoas do mesmo sexo e as mulheres sozinhas. Em comunicado, a associação Panteras Rosa considera que a lei é uma "oportunidade para a discriminação imbecil" porque, ao excluir mulheres sós e casais de lésbicas de serem artificialmente inseminadas, "fere gravemente o princípio da não -discriminação de uma sociedade plural em que os modelos da família são múltiplos e todos legítimos".
IMBECIL parece-me uma boa escolha de palavra.

Esta ideia base que o Estado tem como função determinar o que deve ou não ser um casal, é racionalmente absurda, mas infelizmente as pessoas acham mesmo que têm o direito de dizer a forma como os seus vizinhos devem-se comportar. Ao consideram que a sua moral é a correcta, têm a presunção de acharem que a devem impor a todo o custo.
A questão dos filhos é acima de tudo hipocrisia, porque utilizam a ideia do "bem-estar da criança" para justificar a sua moral discriminatória. Ou será que em nome do bem-estar das crianças, também defendem que qualquer mulher ou casal que decida ter um filho deve passar pelo exame do Estado, que assim determinará as condições "emocionais" desses pais? A única prova científica que temos até hoje é de que os casais considerados "normais" pela sociedade não têm tido muito sucesso em que criar crianças e que dentro deste modelo encontramos múltiplos exemplos de maus tratos, abuso, abandono, etc... Então se é o modelo da orientação sexual que determina se são bons pais ou boas mães, porquê é que ainda não se pôs em causa o modelo heterossexual, que tantas provas já deu para ser questionado?